ele há momentos em que se perdem oportunidades que dificilmente se conseguirão agarrar de novo;
a discussão em Assembleia Municipal do regulamento de limpeza e resíduos do nosso concelho mostra bem as diferenças entre o que se diz e aquilo que se faz;
primeiro
para quem defende, na retórica, o serviço público de limpeza e se manifesta contra a sua entrega aos privados, o regulamento deixa uma porta - ou portão - bem escancarado para a entrega aos privados deste processo, por muito que se diga o contrário, faz o seu oposto;
para quem defende a participação pratica-se uma distribuição pelas caixas de correio, em anexo ao boletim municipal, para que digam de sua justiça, se isto é participação, eu vou ali e já venho; não se ouviram omerciantes nem industriais - e diz-se uma aposta do concelho; não se considerou a dimensão agrícola nem as respectivas associações; mas ilude-se com a participação;
segundo
perde-se uma excelente oportunidade de, em sede de regulamento, se criarem elementos de atracção empresarial para o concelho, seja mediante a criação de incentivos fiscais à instalação de empresas, seja pelo reconhecimento da qualidade de processos e procedimentos das empresas; para além disso, não se diferencia quem, no concelho, tem um papel de relevo económico ou social mediante taxas diferentes;
terceiro
apesar da existência de 4 escalões, há muito presentes na taxa da água e de recolha dos resíduos, perdeu-se a oportunidade de criar elementos de apoio social e económico, alargando os escalões, considerando factores de insenção, por exemplo;
finalmente
o senhor presidente cada vez mais se parece com aqueles que dizem uma coisa e fazem outra, afirma o social mas preocupa-se com a receita amealhada nas taxas;
assim vamos nós de oportunidade em oportunidade - perdida